sexta-feira, 3 de agosto de 2012

                                 SOL

Em Belém do Pará chove todo dia. Assim, os compromissos são marcados "antes ou depois da chuva". Muito simpático.
Comigo tem acontecido o mesmo, Quando posso, organizo minhas obrigações para "antes ou depois do sol." Eu explico: entre 15 e 18 horas minha varanda fica banhada de sol e não há nada mais agradável e necessário para mim neste momento do que ficar bem instalada na minha confortável chaise longue, tendo como companhia minha cadela, minhas plantas e um bom livro.
Magicamente, a conversa interna silencia, as preocupações cotidianas e a cobrança dos afazeres tratam de desaparecer.Tenho diante de mim a bela vista do horizonte e posso até distinguir cantos de três pássaros diferentes o que, convenhamos, é um privilégio para um habitante de São Paulo.
Estar lá, nesses minutos preciosos, é me dar o direito de simplesmente existir, respirar, ver, estar presente. Tão simples e ao mesmo tempo, tão esquecido por nós humanos trabalhadores que não paramos de nos movimentar e trabalhar e circular e levar e trazer filhos e ...
O Ser que está em nós e o Sol são da mesma família, a família da natureza, tão afastada de criaturas que andam sobre rodas em asfalto. E a natureza, seja lá sob qual forma, parece sempre dizer: "Lembre-se de quem você é. Lembre-se de quem você é".
E eu estou lembrando a cada dia em que me permito estar sob o sol.

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