terça-feira, 7 de agosto de 2012

Curar, Curar-se

O Mestre reuniu à sua volta três mensageiros imateriais, um ser humano e representantes de outros seres que habitam o planeta. Olhou para a mulher e disse:
_"Você julgou ser melhor do que os outros, superior aos animais, às plantas, aos minerais. Você separou e segregou por causa da forma, da cor, das crenças. Você acreditou ter poder para tirar e manipular a vida do planeta. Olhe, agora e veja o que resta.

Uma cúpula de luz branca desceu sobre todos eles.

_"Você deve ser capaz de ver a Luz em todos os seres humanos."
_"Mas, Mestre, se eu apenas enxergar a Luz como vou me defender daqueles que podem representar uma ameaça? Como vou fazer uso da minha intuição."
_"Você usará sua intuição e saberá como distinguir, mas poderá ver em dois níveis. Aquilo que julga negativo, do qual deve se desviar e aquilo que emana no fundo de cada ser, além do seu comportamento, além do que faz. Deve enxergar os dois aspectos e ativar, conscientemente, a Luz. É preciso se alinhar com ela, principalmente quando houver sombras. Você é capaz de ver a Luz em cada ser humando, em cada ser?"
_"O que podemos fazer, Mestre, para ajudar?"
_"Imagine o Planeta Terra como se ele estivesse suspenso em um pedestal invisível. Imagine descer sobre ele uma luz dourada muito intensa. Ela penetra em todo o planeta e limpa rios, montanhas, entra no próprio núcleo da Terra e segue, iluminando tudo e todos que aqui estão. Imagine agora que todas as dores, os sofrimentos e os desvios aqui manifestados vão saindo sob a forma de uma substância escura. No momento em que essa substância sai da Terra ela desparece e cessa de existir. Agora, cada um deve fazer isso consigo mesmo. Imagine essa Luz que desce e limpa todo o seu interior, seus órgãos, sua imaterialidade. Tudo o que é desarmônico escorre para a Terra e a Luz que banha a Terra faz com que sua carga seja também eliminada. Alinhe-se com a Luz. Lembre-se: o amor é a maior força que existe."

Palestra com Stefano D'Anna

Deliciosa oportunidade de ouvir (e falar) com o autor do livro que me impressiona tanto. Deixo aqui algumas anotações, quase uma enumeração de tópicos, feitas após tê-lo ouvido. A ideia é registrar o que ficou na memória e deixar um apelo ao mestre Rodrigo e aos meus queridos colegas que também estiveram presentes: complementem, comentem, corrijam. Sem maiores pretensões (e sem maiores delongas) aqui vai o resumo:  

Os gregos estabeleciam a diferença entre as pessoas: os seres humanos comuns, cujas vidas não deixavam marcas duradouras e os heróis, seres mais próximos dos deuses que realizavam façanhas extraordinárias. 99,9% da humanidade vivem o sonho coletivo, de crescer, casar, constituir família, etc. e 0,1% têm uma vida baseada no Sonho. Essas pessoas têm um ideal, algo em que acreditam profundamente, que é mais importante que a própria vida, que vai além de si mesmo.

A integridade é um elemento fundamental na vida. Procuramos nos sentir inteiros, completos. Quando brindamos, encostando os copos e ouvindo o som, procuramos integrar os cinco sentidos, adicionando a audição aos já contemplados sentidos de visão, tato, paladar e olfato presentes no ato de se beber. Essa é uma busca constante. O ser humano almeja a completude. A universidade deveria ser o lugar onde a pessoa que se sabe incompleta vem para conseguir atingir a integridade. Ir para a universidade deveria significar caminhar para o Uno, ir para o Uno. A ideia de integridade também está presente na palavra religião (religare) que propõe estabelecer uma conexão com a origem, com o aspecto espiritual. Mas esse processo de se religar, de se completar não é feito coletivamente. Trata-se de uma caminhada individual. É o indivíduo através do sonho e do autodesenvolvimento que altera seu destino. Na medida em que se torna um “sonhador” e que emerge realizando aquilo que sonha, exerce uma influencia imensa no seu meio, na humanidade, no mundo. A cidade de Roma, feita para durar uma eternidade, tem como mito a história dos dois irmãos, Rômulo e Remo. Um deles desaparece, pois uma realização desse porte só pode ser originada de um sonho individual.
O ser humano comum vê os feitos excepcionais como algo que não está ao seu alcance. Somos levados a crer em limitações e nos tornamos reféns de crenças que estabelecem padrões de condutas restritivos. A crença em limites, na falta, faz com que as pessoas se sintam compelidas a se tornar “predadoras”, sem nenhuma consideração pela totalidade (integridade) da sociedade. Abandonar essas e outras correntes é um dos caminhos para ser íntegro. A solidão e o silêncio são também elementos importantes nessa trajetória. Sendo um processo profundamente interno não pode ser exatamente “ensinado”. É preciso que haja um despertar do sonhador, seja qual for o campo de seu interesse.

“We have to wake up the dreamers and let the dreamers do their magic.”

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

                                 SOL

Em Belém do Pará chove todo dia. Assim, os compromissos são marcados "antes ou depois da chuva". Muito simpático.
Comigo tem acontecido o mesmo, Quando posso, organizo minhas obrigações para "antes ou depois do sol." Eu explico: entre 15 e 18 horas minha varanda fica banhada de sol e não há nada mais agradável e necessário para mim neste momento do que ficar bem instalada na minha confortável chaise longue, tendo como companhia minha cadela, minhas plantas e um bom livro.
Magicamente, a conversa interna silencia, as preocupações cotidianas e a cobrança dos afazeres tratam de desaparecer.Tenho diante de mim a bela vista do horizonte e posso até distinguir cantos de três pássaros diferentes o que, convenhamos, é um privilégio para um habitante de São Paulo.
Estar lá, nesses minutos preciosos, é me dar o direito de simplesmente existir, respirar, ver, estar presente. Tão simples e ao mesmo tempo, tão esquecido por nós humanos trabalhadores que não paramos de nos movimentar e trabalhar e circular e levar e trazer filhos e ...
O Ser que está em nós e o Sol são da mesma família, a família da natureza, tão afastada de criaturas que andam sobre rodas em asfalto. E a natureza, seja lá sob qual forma, parece sempre dizer: "Lembre-se de quem você é. Lembre-se de quem você é".
E eu estou lembrando a cada dia em que me permito estar sob o sol.