Deliciosa oportunidade de ouvir (e falar) com o autor do livro que me impressiona tanto. Deixo aqui algumas anotações, quase uma enumeração de tópicos, feitas após tê-lo ouvido. A ideia é registrar o que ficou na memória e deixar um apelo ao mestre Rodrigo e aos meus queridos colegas que também estiveram presentes: complementem, comentem, corrijam. Sem maiores pretensões (e sem maiores delongas) aqui vai o resumo:
Os gregos estabeleciam a diferença entre as pessoas: os seres humanos comuns, cujas vidas não deixavam marcas duradouras e os heróis, seres mais próximos dos deuses que realizavam façanhas extraordinárias. 99,9% da humanidade vivem o sonho coletivo, de crescer, casar, constituir família, etc. e 0,1% têm uma vida baseada no Sonho. Essas pessoas têm um ideal, algo em que acreditam profundamente, que é mais importante que a própria vida, que vai além de si mesmo.
A integridade é um elemento fundamental na vida. Procuramos nos
sentir inteiros, completos. Quando brindamos, encostando os copos e ouvindo o
som, procuramos integrar os cinco sentidos, adicionando a audição aos já
contemplados sentidos de visão, tato, paladar e olfato presentes no ato de se
beber. Essa é uma busca constante. O ser humano almeja a completude. A
universidade deveria ser o lugar onde a pessoa que se sabe incompleta vem para
conseguir atingir a integridade. Ir para a universidade deveria significar
caminhar para o Uno, ir para o Uno. A ideia de integridade também está presente
na palavra religião (religare) que propõe estabelecer uma conexão com a origem,
com o aspecto espiritual. Mas esse processo de se religar, de se completar não
é feito coletivamente. Trata-se de uma caminhada individual. É o indivíduo
através do sonho e do autodesenvolvimento que altera seu destino. Na medida em
que se torna um “sonhador” e que emerge realizando aquilo que sonha, exerce uma
influencia imensa no seu meio, na humanidade, no mundo. A cidade de Roma, feita
para durar uma eternidade, tem como mito a história dos dois irmãos, Rômulo e
Remo. Um deles desaparece, pois uma realização desse porte só pode ser originada
de um sonho individual.
O ser humano comum vê os feitos excepcionais como algo que
não está ao seu alcance. Somos levados a crer em limitações e nos tornamos
reféns de crenças que estabelecem padrões de condutas restritivos. A crença em limites,
na falta, faz com que as pessoas se sintam compelidas a se tornar “predadoras”,
sem nenhuma consideração pela totalidade (integridade) da sociedade. Abandonar
essas e outras correntes é um dos caminhos para ser íntegro. A solidão e o silêncio são também elementos importantes nessa trajetória. Sendo um processo profundamente
interno não pode ser exatamente “ensinado”. É preciso que haja um despertar do
sonhador, seja qual for o campo de seu interesse. “We have to wake up the dreamers and let the dreamers do their magic.”
Adorei também quando ele falou da relação entre as palavras "heroi" e "eros" - tem que amar para querer viver o sonho!
ResponderExcluirParabéns pelo Blog, posso compartilhar?
Bj Pá