A lança de duas pontas
Que mal poderia haver em uma lança com duas pontas?
Simbolicamente, ela representa a energia pouco direcionada e a falta de foco.
Cada ponta sinaliza para um lado. Não há soma, mas divisão. A vontade não é concentrada, mas oscila e se dispersa. Dessa forma, embora exista, o progresso permanece limitado. É como se a vida estivesse restrita a um certo "comprimento de onda", entre o vai e vem das duas polos, entre a realização e esperança e entre o esforço formal e pouco significativo e a desistência. É como um precedente, um chamado sempre atualizado para a autoindulgência, o abandono dos projetos, o desistir.
A lança com uma ponta e o enfeite no outro extremo é a manifestação de uma visão clara, pois o avançar depende inteiramente da postura interna, do acreditar mesmo diante de dificuldades. É o caminhar na neblina sabendo que em breve veremos o Sol, uma convicção de que aquilo pelo que se luta virá.
Quantas vezes deixamos de desejar algo só porque parece muito grande ou muito distante?
Quantas vezes não nos desesperamos por causa de relacionamentos, subitamente descrentes de que seremos felizes?
Quando nos permitimos duvidar e regredir incessantemente nos impedimos de realizar nosso sonho, de conquistar o que buscamos. A gangorra do positivo e negativo se torna um expediente inconsciente. Estamos robotizados, programados para não quebrar nenhum limite. Os recordes são para os atletas. Vamos ficar antes da linha de chegada.
Assim sendo, nada melhor do que se perguntar humildemente sobre a lança de duas pontas. Se ela existe em sua vida é hora de trocar de artefato, construir um novo estar no mundo baseado na possibilidade de acertar e vencer.
domingo, 29 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
A Lança
Por fim, cansado de vê-la resistir o Guerreiro desafiou-a para uma luta. Ela aceitou surpresa e empenhou-se desafiadoramente. Lutava segurando uma lança de duas pontas, gritava e se agitava muito. Quando percebeu a inutilidade de seu esforço quebrou a lança no meio e arremssou-a ao chão, com uma fúria quase infantil. O Guerreiro parou imediatamente e com impassibilidade falou:
_ Você tem que parar de quebrar a lança.
A índia silenciou. Era a primeira vez que fazia aquilo. Primeira? Em sua memória vieram cenas e mais cenas de ocasiões em que havia desisitido, abandonado um projeto, deixado de acreditar em um ideal ou até em uma pessoa. Ela tinha "quebrado a lança" inúmeras vezes, parado no meio do caminho e recusado a continuar, preferindo se sentir frustrada ou incapaz.
_ Mesmo que você não possa mais agir fisicamente, em sua mente você pode continuar avançando. Mesmo se estivesse paralizada poderia caminhar através do Sonho. Mantenha a mente em foco.
Toda a irritabilidade e inconformismo da jovem indígena haviam desaparecido. Concentrada, observava cada movimento do Guerreiro.
Ele fabricou outra lança e entregou-lhe. Ela tinha apenas uma ponta e um enfeite na outra.
_ O seu caminhar não pode ser ida e volta. Você tem que saber para onde vai e ir adiante. Saiba o que quer fazer e faça. A desistência não faz mais parte do caminho.
O Guerreiro desapareceu. E a jovem índia segurando sua nova arma ficou muito tempo pensando. Tinha compreendido. O tempo das desculpas havia acabado. Era preciso adentrar a mata e alcançar seu lugar no mundo.
domingo, 8 de abril de 2012
Escola dos Deuses
Nova York. Um executivo bem sucedido, casado, dois filhos. De repente, após mais um esforço para glorificar sua existência vazia ele se dá conta da insignificância de suas buscas, de sua vitória medida em número, em marcas, em aparência.
Surge então Dreamer, um Mestre espiritual, fazendo-o rever todos os conceitos, os caminhos que havia trilhado. Tem início uma verdadeira revolução na sua consciência e também na consciência dos leitores. Não há mais possibilidade de autoengano: somos os responsáveis, os criadores de tudo o que nos acontece. Acabaram-se as desculpas, inicia-se um outro tipo de viver, não mais baseado na mecanicidade, na repetição de atos sem sentido, mas na busca do contato interior, no despertar daquilo que nos motiva, do que nos faz sair da programação geral: o Sonho!
Segundo o Dreamer, "o sonho é a única realidade."
Não se trata do devaneio vago, mas de uma vontade maior.
O sonho de igualdade e dignidade de Martin Luther King, o sonho de Gandhi de ver a India livre, o sonho de Madre Teresa de vencer a fome, o sonho de Yogananda de atingir a iluminação. Esse sonho não se apaga diante das dificuldades, nem se modifica ao sabor do vento. Não é uma vaidade da personalidade, mas um querer da alma.
O que realmente nos motiva? Por que nos levantamos de manhã da nossa cama?
Mesmo que o Sonho esteja adormecido, lembrar que ele existe, lembrar que podemos viver sobre novas bases é desafiador, é motivador. Buscando o sonho podemos a cada dia dar mais um pequeno passo em direção da nossa alma, podemos escolher ao invés de encolher os ombros diante do que já é estabelecido. Sonhar é o despertar para uma grande energia de vida, a energia de quem acredita fazer a diferença, ser o portador de uma nova realidade.
A famosa frase de Walt Disney é emblemática: "Aquilo que você pode sonhar, você pode realizar."
Nova York. Um executivo bem sucedido, casado, dois filhos. De repente, após mais um esforço para glorificar sua existência vazia ele se dá conta da insignificância de suas buscas, de sua vitória medida em número, em marcas, em aparência.
Surge então Dreamer, um Mestre espiritual, fazendo-o rever todos os conceitos, os caminhos que havia trilhado. Tem início uma verdadeira revolução na sua consciência e também na consciência dos leitores. Não há mais possibilidade de autoengano: somos os responsáveis, os criadores de tudo o que nos acontece. Acabaram-se as desculpas, inicia-se um outro tipo de viver, não mais baseado na mecanicidade, na repetição de atos sem sentido, mas na busca do contato interior, no despertar daquilo que nos motiva, do que nos faz sair da programação geral: o Sonho!
Segundo o Dreamer, "o sonho é a única realidade."
Não se trata do devaneio vago, mas de uma vontade maior.
O sonho de igualdade e dignidade de Martin Luther King, o sonho de Gandhi de ver a India livre, o sonho de Madre Teresa de vencer a fome, o sonho de Yogananda de atingir a iluminação. Esse sonho não se apaga diante das dificuldades, nem se modifica ao sabor do vento. Não é uma vaidade da personalidade, mas um querer da alma.
O que realmente nos motiva? Por que nos levantamos de manhã da nossa cama?
Mesmo que o Sonho esteja adormecido, lembrar que ele existe, lembrar que podemos viver sobre novas bases é desafiador, é motivador. Buscando o sonho podemos a cada dia dar mais um pequeno passo em direção da nossa alma, podemos escolher ao invés de encolher os ombros diante do que já é estabelecido. Sonhar é o despertar para uma grande energia de vida, a energia de quem acredita fazer a diferença, ser o portador de uma nova realidade.
A famosa frase de Walt Disney é emblemática: "Aquilo que você pode sonhar, você pode realizar."
segunda-feira, 26 de março de 2012
Uma palavra, muitos sentidos
Falo tanto do Sonho que acho que é preciso dar uma explicação.E a razão disso é muito simples: a palavra sonho goza, em geral, de má reputação.
O sonho é a ilusão, o autoengano, o devaneio, o pensamento esparso, disperso sobre algo irrealisável.
Quando dormimos, sonhamos. E quantas vezes não se diz: "Ah, os sonhos são tão confusos! Não consigo lembrar de nada!"

Os pais, para protegerem seus filhos, ensinam que a vida é dura, que é preciso ter os pés fincados na realidade e deixar de lado "idéias impossíveis".
Outro dia, ouvi a seguinte frase expressa com a mais pura intonação de orgulho: "Eu não tenho sonhos!"
Na verdade, o mundo não quer alguém sonhando acordado, no mundo da lua no meio do expediente e isso é claro!
Então, por que, de uma hora para outra, falar de sonho e proclamar a sua importância?
Porque a noção de Sonho da qual falo nasceu da leitura do livro (que eu recomendo) "A Escola dos Deuses", onde o autor, Stephano d'Anna, narra seu encontro e aprendizado junto a seu Mestre, o Dreamer. Assim, embora a palavra seja a mesma, o sentido é completamente diferente. Mas isso fica para uma próxima postagem... Suspense!
sábado, 24 de março de 2012
Sonho
Vamos deixar de lado os comentários corriqueiros sobre os eventos do dia, os assuntos rotineiros que escondem o fundamental.
Vamos falar da vida e da morte, do som e do silêncio, da paz e da angústia, da dor e da alegria, sem falsos pudores, sem alegorias.
Vamos falar do Sonho que acalentamos, não como se ele fosse
algo que "gostaríamos se houvesse a possibilidade", que "escolheríamos se nos fosse concedida a oportunidade", mas como algo essencial, visceral, a que se almeja, que se deseja, que avança, que se alcança.
Afinal, por sua grandeza e por sua natureza imaterial o Sonho se eleva acima dos pares de opostos, guiando o sonhador através da noite escura, fazendo-o vislumbrar o inimaginável e descortinar territórios incomuns.
Para fazer esse percurso, cheio de aventura e beleza é preciso ter coragem. É preciso despertar o sonhador dentro de nós.
Redescoberto, ressurge o encanto e deslumbramento que um dia sentimos quando crianças. E assim, renascidos e rejuvenescidos vamos falar do Sonho e depois...vamos vivê-lo!
Vamos deixar de lado os comentários corriqueiros sobre os eventos do dia, os assuntos rotineiros que escondem o fundamental.
Vamos falar da vida e da morte, do som e do silêncio, da paz e da angústia, da dor e da alegria, sem falsos pudores, sem alegorias.
Vamos falar do Sonho que acalentamos, não como se ele fosse
algo que "gostaríamos se houvesse a possibilidade", que "escolheríamos se nos fosse concedida a oportunidade", mas como algo essencial, visceral, a que se almeja, que se deseja, que avança, que se alcança.
Afinal, por sua grandeza e por sua natureza imaterial o Sonho se eleva acima dos pares de opostos, guiando o sonhador através da noite escura, fazendo-o vislumbrar o inimaginável e descortinar territórios incomuns.
Para fazer esse percurso, cheio de aventura e beleza é preciso ter coragem. É preciso despertar o sonhador dentro de nós.
Redescoberto, ressurge o encanto e deslumbramento que um dia sentimos quando crianças. E assim, renascidos e rejuvenescidos vamos falar do Sonho e depois...vamos vivê-lo!
segunda-feira, 19 de março de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Alma itinerante
A cada dia que passa
Vou descascando um pedaço
Da minha alma escancarada
Envergonhada de se ver
E ao mesmo tempo curiosa
Por descobrir o que tem
Atrás dos portais brilhantes
Que tentavam escondê-la.
Cores irreconciliáveis
Paisagens do mundo dos sonhos
Passagens secretas para sabe–se lá onde.
Dores secretas explodindo
Rompendo com a ordem conhecida.
O que fazer com o limbo
Com a memória e os fiapos
De um mudo que não existe mais?
A cada dia que passa
Vou descascando um pedaço
Envergonhada de se ver
E ao mesmo tempo curiosa
Por descobrir o que tem
Atrás dos portais brilhantes
Que tentavam escondê-la.
Cores irreconciliáveis
Paisagens do mundo dos sonhos
Passagens secretas para sabe–se lá onde.
Dores secretas explodindo
Rompendo com a ordem conhecida.
O que fazer com o limbo
Com a memória e os fiapos
De um mudo que não existe mais?
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