Uma palavra, muitos sentidos
Falo tanto do Sonho que acho que é preciso dar uma explicação.
E a razão disso é muito simples: a palavra sonho goza, em geral, de má reputação.
O sonho é a ilusão, o autoengano, o devaneio, o pensamento esparso, disperso sobre algo irrealisável.
Quando dormimos, sonhamos. E quantas vezes não se diz: "Ah, os sonhos são tão confusos! Não consigo lembrar de nada!"
O sonho é fluido, é múltiplo como a personalidade, um tipo de desejo idealizado que muda de forma e de cor o tempo todo. Por isso, nos dizem: "Não se pode confiar nos sonhos, eles provocam sofrimento."
Os pais, para protegerem seus filhos, ensinam que a vida é dura, que é preciso ter os pés fincados na realidade e deixar de lado "idéias impossíveis".
Outro dia, ouvi a seguinte frase expressa com a mais pura intonação de orgulho: "Eu não tenho sonhos!"
Na verdade, o mundo não quer alguém sonhando acordado, no mundo da lua no meio do expediente e isso é claro!
Então, por que, de uma hora para outra, falar de sonho e proclamar a sua importância?
Porque a noção de Sonho da qual falo nasceu da leitura do livro (que eu recomendo) "A Escola dos Deuses", onde o autor, Stephano d'Anna, narra seu encontro e aprendizado junto a seu Mestre, o Dreamer. Assim, embora a palavra seja a mesma, o sentido é completamente diferente. Mas isso fica para uma próxima postagem... Suspense!
Sonho
Vamos deixar de lado os comentários corriqueiros sobre os eventos do dia, os assuntos rotineiros que escondem o fundamental.
Vamos falar da vida e da morte, do som e do silêncio, da paz e da angústia, da dor e da alegria, sem falsos pudores, sem alegorias.
Vamos falar do Sonho que acalentamos, não como se ele fosse
algo que "gostaríamos se houvesse a possibilidade", que "escolheríamos se nos fosse concedida a oportunidade", mas como algo essencial, visceral, a que se almeja, que se deseja, que avança, que se alcança.
Afinal, por sua grandeza e por sua natureza imaterial o Sonho se eleva acima dos pares de opostos, guiando o sonhador através da noite escura, fazendo-o vislumbrar o inimaginável e descortinar territórios incomuns.
Para fazer esse percurso, cheio de aventura e beleza é preciso ter coragem. É preciso despertar o sonhador dentro de nós.
Redescoberto, ressurge o encanto e deslumbramento que um dia sentimos quando crianças. E assim, renascidos e rejuvenescidos vamos falar do Sonho e depois...vamos vivê-lo!
Essencial
Não ligo para moda
Eu só quero é ser bonita
Não ligo para o modo
Eu só quero é ser amada
Enquanto houver um rio
Que eu o atravesse a nado
Enquanto houver uma árvore
Que eu repouse à sua sombra
Livremente.
Muito além do conveniente.